sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Projetos de conservação da Amazônia ajudarão a combater as mudanças climáticas




Tema será debatido em março, durante workshop em Manaus que reunirá especialistas de diversas áreas ambientais

Conter as consequências das alterações climáticas no planeta causadas pelas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é um dos maiores desafios da humanidade neste século 21. Na mais recente reunião do clima entre países do mundo inteiro, a COP 21 realizada em Paris em dezembro de 2015, o texto final do acordo chamado “Transformando nosso mundo: a agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030” reconhece que as alterações climáticas são uma ameaça urgente e potencialmente irreversível e exige uma grande cooperação de todos os países para acelerar a redução das emissões globais de GEE, especialmente o CO2. O Brasil tem um papel importantíssimo na agenda de Desenvolvimento Sustentável, especialmente conservando a floresta amazônica. Uma das formas efetivas de proteger as florestas é multiplicar os projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação de florestas (REDD+) e incrementar o mercado de créditos de carbono.

Neste contexto mundial atual o Workshop REDD+ Amazônia – Do desenvolvimento à implantação, a ser realizado em março em Manaus, no estado do Amazonas, quer contribuir para a redução das emissões brasileiras formando um grupo heterogêneo de profissionais do setor agroambiental e de mercado de créditos de carbono que ajudará o governo a atingir os compromissos assumidos no acordo de Paris. O workshop foi desenvolvido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em parceria com o Instituto National de Pesquisas Amazônicas (Inpa) e a Hdom Engenharia e Projetos Ambientais.

O REDD+ consiste em recompensar pessoas e governos detentores de florestas nativas que trabalhem para evitar o desmatamento e a degradação, uma vez que a vegetação em pé ajuda a manter o equilíbrio do clima retendo grandes quantidades de carbono. Assim, seria possível remunerar as emissões evitadas pela geração de créditos de carbono negociados em mercados financeiros. No Brasil, a maior causa das emissões é o desmatamento e degradação das florestas nativas. A estimativa é de que mais da metade do carbono que o país libera na atmosfera é proveniente dessa atividade, sobretudo na Amazônia.  

Tiago Ricci, advogado especializado em questões jurídicas ambientais que há 10 anos atua na área de regulação climática e mercados de ativos ambientais, abordará, no Workshop, as diversas etapas dos estudos de viabilidade jurídica na implementação de projetos de REDD+. “O conceito teórico, a experiência prática e a diversidade de conhecimentos que trarão diferentes conteúdos torna o curso ainda mais completo”, diz Ricci. Ele acredita que o workshop trará uma bagagem enriquecedora para sua área: “Certamente vai gerar maior fundamento no meu campo de atuação. É importante ouvir e entender o conteúdo multidisciplinar que envolve a matéria climática para desenvolver nosso trabalho de forma mais embasada e fundamentada”. Ricci antevê a importância do encontro também para as decisões governamentais na área de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. “A matéria, por si só, já é de extrema relevância no cenário internacional político, econômico, social e ambiental. O Brasil é peça fundamental para o alcance das metas do acordo de Paris”, diz.

O gerente do Programa de Mudanças Climáticas e REDD+, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento da Amazônia (Idesam), Pedro Soares, é da mesma opinião. Seu trabalho consiste em coordenar projetos e captação de recursos para implantação de programas de REDD+ com produtores rurais e comunidades tradicionais da Amazônia. No workshop, Soares quer mostrar porque o REDD+ é o grande vetor de mitigação das mudanças climáticas. “Também quero mostrar como estão os projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação no Brasil, nos níveis estadual e federal, e apontar as dificuldades que enfrentamos na Amazônia para conseguir financiamento”, resume.

Para Pedro Soares, a realização do workshop acontece em momento muito favorável. “Estamos num período de retomada dos projetos de REDD+ no país. Tudo estava muito morno nos últimos anos, mas depois da COP 21 houve uma grande mobilização da sociedade civil e dos estados amazônicos para avançar de forma mais concreta. A expectativa atual é de incremento dos projetos”, prevê o especialista do Idesam. E completa: “Nesse cenário positivo o workshop só tem a agregar conhecimento e mostrar a eles a boa perspectiva de elaboração de projetos, desafios e oportunidades que temos pela frente”.

 O pesquisador de política ambiental e gestor de projetos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Tiago Reis, também estará presente no workshop promovido pelo Imaflora. Graduado em relações internacionais e mestre em ciências e política ambiental com especialização em gestão e avaliação de políticas públicas, Reis reitera a ótima oportunidade para a troca de ideias e expertises durante o encontro em Manaus. “O REDD+ é um poderoso instrumento econômico para a conservação de nossas florestas. É preciso debater as oportunidades de incremento dos projetos e propor soluções diante das barreiras que ainda existem para a sua plena implementação”, conclui.

Workshop REDD+ Amazônia – Do desenvolvimento à implantação.
Encontre as principais referências do Brasil em projetos de carbono.
Quando – de 13 e 17 de março de 2017
Onde - Sede da Estação Experimental de Silvicultura Tropical do Inpa, em Manaus.
Carga horária - 57 horas
Vagas disponíveis – 20 vagas
Investimento – R$ 2.800,00 (No valor do Workshop estão inclusos: hospedagem, alimentação, material didático teórico, experimentações práticas e translado aeroporto - ZF2 em horário determinado).

Informações e inscrições – www.imaflora.org  | (19) 3429-0815 | imaflora@imaflora.org




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