sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A importância de uma ética global

Daniele Rua

Em tempos de discutir mudanças climáticas num contexto de existência e permanência da humanidade na terra, nos é revelada a importância de uma formação ética capaz de dar substância humana às relações no mundo contemporâneo.

Como mencionado por Edgar Morin filósofo francês,  internalizamos o conceito Estado-Nação da forma mais “bairrista” possível, o que nos afasta de uma ética global capaz de nos ajudar a resolver os grandes problemas os quais exigem soluções multinacionais, transnacionais, continentais e até planetárias como é o caso das mudanças climáticas.

O desafio neste sentido é apoiar o nascimento de uma ética capaz de acomodar a contemporaneidade em toda sua diversidade, a qual se reflita numa consciência capaz de compreender questões amplas que impactam a todos (como as mudanças climáticas), mas que se resolvem no âmbito local, e considera todas as influencias e especificidades em que este se insere.

O caminho para chegar a esta ética? Repensar o modo de ensinar ética. Entender que não se trata de “fazer a cabeça das pessoas” ou dizer como devem conduzir-se, mas despertá-las para seu papel frente a realidade, utilizando sua linguagem, seu conjunto de experiências, referências de suas próprias histórias, de suas relações e do seu tempo. 

A contribuição da educação formal num projeto de Estado-Nação é o de formar indivíduos que empreendam com ética seu projeto de vida, capazes de perceber de forma autônoma suas influências e responsabilidades também na resolução dos problemas locais e globais. E no contexto da discussão de uma Base Nacional Comum Curricular para a educação no Brasil devemos atentar-se para que os objetivos de aprendizagem sejam capazes de substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. Isso também nos permitirá frear o enfraquecimento democrático que suscita, em todas as áreas da política, a expansão da autoridade dos experts, especialistas de toda ordem, que restringem progressivamente a competência dos cidadãos. Pois caso contrário, continuaremos a ouvir que o problema das mudanças climáticas, perda de biodiversidade, entre outras questões de tamanha relevância são assuntos para ambientalistas resolverem!

Conheça a Base!

A Base Nacional Comum Curricular é uma importante política pública que definirá o que será ensinado em todas as escolas do Brasil. O documento está aberto para consulta pública até 12 de dezembro de 2015. O Imaflora irá preparar um série de artigos de opinião de modo a contribuir com o debate público em torno dos objetivos e desafios de da construção de uma Base Nacional capaz de contribuir com nosso projeto de nação.

Participe! Manifeste sua opinião acessando aqui: http://basenacionalcomum.org.br e http://basenacionalcomum.mec.gov.br



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