quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E CADEIAS DE VALOR

Como valorizar as florestas e os seus produtos

Proteger as Unidades de Conservação (UCs) e os povos que vivem nelas é uma das principais frentes do Imaflora - Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, na região amazônica. Cerca de 20% da Amazônia são UCs. Parte delas é destinada ao uso sustentável pelas populações locais. É nessa modalidade que o Imaflora atua promovendo a agroecologia e o extrativismo dentro de nove UCs. O objetivo é garantir alternativas viáveis que proporcionem qualidade de vida e dignidade a essas pessoas para, assim, consolidar efetivamente as áreas de proteção da maior floresta tropical do planeta.

Hoje o foco do Imaflora se concentra nas regiões da Calha Norte e da Terra do Meio, ambas no estado do Pará. Ali, o instituto se empenha em beneficiar milhares de pessoas que vivem em mais de 11 milhões de hectares de Reservas Extrativistas e Biológicas, Florestas Nacionais e Estaduais e Áreas de Proteção Ambiental.

A base do trabalho de campo do Imaflora é o fortalecimento das cadeias de valor relacionadas à produção agroecológica e à extração sustentável de produtos florestais pelas populações locais. Entre os produtos estão a borracha, a castanha-do-brasil, a copaíba, o babaçu e o cacau. Os profissionais do instituto – engenheiros agrônomos e florestais, biólogos, gestores ambientais, incluindo historiadores e sociólogos – desenvolvem trabalhos relacionados à aplicação de técnicas de plantio e manejo adequadas para cada produto. Também sugerem boas práticas de beneficiamento e comercialização ética da produção. Além disso, promovem a participação e a transparência na gestão das UCs. As ações são realizadas visando o consolidação das organizações comunitárias formais e informais e a sua atuação nos espaços institucionalizados pelo governo, em especial os conselhos das UCs e os conselhos municipais.

De acordo com o gerente de projetos do Imaflora, Roberto Palmieri, todas essas atividades contribuem para a conservação das áreas protegidas da Amazônia. “Apoiar as populações locais no fortalecimento do extrativismo e da agroecologia e envolvê-los na gestão das UCs reduz as ameaças que rondam a floresta. São elas a ocupação e o desmatamento ilegais para apropriação indevida dos recursos naturais – principalmente madeira e minérios – e para a especulação fundiária”, reconhece. “As comunidades amazônicas são verdadeiras guardiãs da floresta. É preciso assegurar que elas vivam em seu território e incentivar o sustento digno das famílias para que cuidem das florestas que manejam. Se desejarem, transmitam também sua cultura e forma de vida para filhos e netos. Quando a floresta é fonte de renda e de sobrevivência essas pessoas são as principais interessadas em mantê-la em pé. A floresta viva garante a subsistência dessa gente e o seu ganha-pão”.

Olhando para o futuro, a meta do Imaflora é a consolidação das atividades das populações amazônicas presentes nas áreas protegidas. “Nossa intenção é que até 2024 as UCs da Amazônia com populações demonstrem viabilidade e cumpram seu papel de conservação e uso sustentável, tal qual previsto na legislação”, antevê Roberto Palmieri.

Saiba mais sobre o trabalho do Imaflora em UCs:

A equipe do Imaflora estará no VIII CBUC (Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação). Venha nos visitar no estande 18/19 no período de 22 a 25 de setembro de 2015 em Curitiba.  



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