terça-feira, 30 de outubro de 2012

A certificação unindo concorrentes no campo: o exemplo dos produtores de chá da Argentina



Patricia Stopp, Tharic Galuchi e Luís Fernando Guedes Pinto

Em Janeiro de 2010, após um ano e meio das primeiras propriedades de chá na Argentina serem certificadas, os administradores dos grupos, representantes das indústrias que processam o chá e o Imaflora  reuniram-se  com o objetivo de delinear uma estratégia de promoção para o chá certificado sob as Normas da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), cujo produto leva o selo Rainforest Alliance Certified TM. Vários temas foram levantados na reunião para a definição de objetivos do trabalho conjunto, atividades, análise da situação comercial e pontos positivos e negativos. Dentro de todo esse conjunto de questões surgiu a de promover o chá, de Misiones,  Argentina , certificado pela RAS. O então gerente de certificação do Imaflora, Lineu Siqueira, propôs aos presentes que os produtores certificados se unissem em um só grupo como representantes de um único produto, o “Chá Certificado de Misiones”, sem distinção de marcas comerciais, para participar da Feira Brasil Certificado, que ocorrera em abril de 2010.

Para quem conhece o setor, parecia uma utopia imaginar que as cinco empresas que no momento lideravam a produção de chá certificado na Argentina , e  que comercialmente poderiam ser vistas como “inimigas”, se unissem para mostrar ao mundo as qualidades do produto local e o impacto positivo que o processo de certificação estava conquistando nos grupos de produtores de matéria prima , bem como  na fábrica processadora .

No entanto, para grata surpresa de todos, as cinco empresas, Don Basilio, Casa Fuentes, El Vasco, Koch Tschirsch e Las Treintas,  uniram –se para trabalhar em equipe em prol da promoção de seu produto. Assim surgiu um vídeo institucional denominado “Te Argentino Certificado”, que foi o primeiro trabalho  conjunto da equipe.

Entre os principais desafios que as empresas vislumbraram como resultado das auditorias de certificação surgiu a implantação de um manejo integrado de pragas e buscar alternativas e produtos fitossanitários habilitados para o cultivo em questão.  Estes lhe permitiriam fazer rotação de principio ativo e reduzir o uso de agroquímicos. Com uma acertada visão do dito popular “a união faz a força”, surge o grupo MIPE (Manejo Integrado de Pragas e Doenças, em espanhol), cujo grande primeiro passo foi firmar um acordo de cooperação mútua com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária ( INTA, similar à nossa EMBRAPA) para pesquisar  o cultivo do chá (Camelia sinensis) e danos relativos a ataques de ácaro vermelho e outras pragas de menor incidência. O Instituto colocou como líder deste projeto a licenciada Diana Ohashi, uma profissional com experiência em desenvolvimento de manejo integrado de pragas em outros cultivos, e cada uma das empresas indicou um líder de produção para disponibilizar informações de práticas rotineiras e os critérios utilizados até o momento para o controle de pragas, unindo conhecimento científico e experiência prática para  dar início aos trabalhos  do grupo MIPE.

Neste tempo se instalaram parcelas de ensaios em propriedades certificadas dos diferentes grupos, com o objetivo de coletar informações para definir, no futuro ,um Manejo Integrado de Pragas para o cultivo do chá. Com  isso,  planeja-se obter dados sobre a incidência de pragas sob diferentes manejos culturais, adubação e condições climáticas, além de identificar o ácaro vermelho e seu ciclo de vida, desenvolvimento, inimigos naturais e chegar a um nível de dano econômico, tema que ao início deste grande desafio parecia um pacote de dúvidas impossíveis de serem resolvidas. Hoje, graças ao esforço conjunto e a dedicação de todos os integrantes, começam as primeiras respostas. Outro grande avanço dentro deste projeto foi a identificação de cinco produtos fitossanitários para o controle de ácaros que estão sendo provados em ensaios e laboratórios, para que realizem os trâmites formais necessários para ampliar a atual autorização nacional do produto para o cultivo do chá.

Este relato, tão simples, resume o grande esforço que realizado pelas empresas pioneiras certificadas RAS em Misiones, em conjunto com o INTA, e que incluiu mais uma empresa certificada recentemente, Yerbatera del Nordeste, demonstrando que os objetivos comuns que parecem inalcançáveis, se acompanhados de boa vontade, intenções de crescer, vontade de melhorar e saber compartilhar podem tornar-se totalmente acessíveis.

Uma grande história que foi detonada pela certificação de fazendas pela norma da RAS, e cujo desenvolvimento está sendo escrito por quem entende o conceito de sustentabilidade e se ocupa de que seja mais que uma palavra, mas ações que contribuam para o fortalecimento da missão da certificação e Rede de Agricultura Sustentável.

Para conhecer mais do chá Argentino Certificado, assista ao vídeo

Patricia Stopp – Engenheira Florestal, especialista em Gestão Ambiental e Sistemas de Certificação ISO14.001, OHSAS18001 e FSC. Trabalha para o Imaflora como auditora da Norma de Agricultura Sustentável.

Tharic Galuchi Engenheiro Agrônomo, Coordenador de Certificação do Imaflora

Luís Fernando Guedes Pinto - Engenheiro Agrônomo e  Doutor em Agronomia, Gerente de Certificação do Imaflora

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fazendas do Octavio Café recebem certificação "Amiga do Clima" da Rainforest Alliance



O conjunto de fazendas produtoras do Octavio Café, a O’Coffee, localizada em Pedregulho, interior de São Paulo, recebeu a certificação "Módulo Clima" - um critério para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas - da Rainforest Alliance, organização que avalia a produção sustentável e foco na responsabilidade social. Trata-se de um importante código de conduta, que avalia o processo de produção sustentável das propriedades, seu foco em responsabilidade social e em proteção ambiental. “Este certificado é reconhecido internacionalmente e agrega valor ao café comercializado dentro ou fora do País. Os mercados americano, australiano, coreano e japonês, entre outros, apreciam fazendas que investem em produção sustentável, levando em consideração a preservação do meio ambiente”, diz o diretor da O'Coffee, Edgard Bressani.

Para receber o certificado, as fazendas atenderam às normas de agricultura sustentável desenvolvidas pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e pelo RAS (Rede de Agricultura Sustentável), tais como sistema de gestão ambiental, conservação de ecossistemas, conservação dos recursos hídricos, entre outros. Além disso, as propriedades apresentaram não só projetos em relação ao clima, mas também monitoramento do número de árvores plantadas para compensar a emissão de carbono, o uso de fertilizantes orgânicos e a criação de planos de emergência para que os funcionários e suas famílias possam ter segurança caso aconteçam eventos climáticos severos, como possíveis secas ou chuvas excessivas, entre outras exigências do órgão fiscalizador internacional. “Atualmente, as questões ambientais têm se tornado de interesse público, com os consumidores cada vez mais ligados à forma de produção e serviços oferecidos pelo mercado", observa Bressani.

Cafés certificados

Além da certificação Módulo Clima, a O‘Coffee acaba de participar - e ter dois cafés selecionados - na V Prova de Cafés Certificados, promovida pelo Imaflora com o apoio da Expocaccer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado), ocorrida na Universidade Federal de Lavras. O café natural produzido em uma das propriedades, a Fazenda Nossa Senhora Aparecida, ficou em primeiro lugar, atingindo a nota 86,83, já o café do tipo cereja descascado também produzido na fazenda ficou na terceira colocação, com 84,58 pontos. Os dois cafés da O’Coffee e outros oito selecionados irão representar o Brasil na etapa internacional promovida pela Rainforest Alliance, que será realizada durante a Conferência Anual da Associação Norte Americana de Cafés Especiais, em Boston, em abril de 2013.

A empresa vem investindo na certificação de suas propriedades desde 2005 e atualmente possui os selos de sustentabilidade da Rainforest Alliance, Utz Certified e Associação de Cafés Especiais da Alta Mogiana.

O processo contou com Gustavo Nakashima como auditor líder.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Un gran logro conjunto de los Grupos productores de Té certificado RAS en Misiones – Argentina



Patricia Stopp

Durante Enero del 2010, a  un año y medio de haberse certificado las primeras chacras productoras de té en Argetina, se efectuó una reunión entre los administradores de los grupos certificados, los representantes de las industrias que procesan el té certificado RAS en Misiones y el IMAFLORA, con el objetivo de delinear una estrategia de promoción para el té certificado bajo la norma de la Red de Agricultura Sostenible con la etiqueta de Rainforest Alliance Certified TM. De esta reunión surgieron varios temas: definición de objetivos, de actividades, un análisis de puntos positivos y negativos, un análisis de la situación comercial, como temas principales. Dentro de todo este conjunto de cuestiones surgió una gran idea enfocada en lograr una promoción del Té Certificado RAS de Misiones, Argentina. El entonces gerente de de certificación del IMAFLORA, Lineu Siqueira, propuso a los presente la siguiente intención:

-    Que todos los productores de té certificados se unieran en un solo grupo como representantes de un único producto “Té Certificado Misiones”, sin distinción de marcas comerciales, para participar de la Feria Brasil Certificado en abril del 2010.

Al principio para quienes conocen el rubro, parecía una utopía pensar que las cinco empresas que al momento lideraban la producción de té certificado en Argentina, y que comercialmente podrían casi denominarse como “enemigas” se unieran para llevar adelante el propósito de mostrar al mundo las cualidades del té Misionero y el impacto positivo que el proceso de certificación estaba logrando en los grupos de productores de materia prima y en la fábricas procesadoras de té. 

Pero para grata sorpresa de todos estas 5 empresas: Don Basilio, Casa Fuentes, El Vasco, Koch Tschirsch  y  Las Treinta, se unieron para trabajar como equipo en pos de la promoción de su producto, así surgió un video institucional denominado Té Argentino Certificado, que fue el primer trabajo en conjunto de este equipo constituido por las empresas productoras de té certificado RAS.

Este fue el puntapié inicial para varias acciones que los “tealeros certificados” encaminaron en conjunto, y dentro de éstas se puede destacar la conformación de un Grupo de trabajo que denominaron MIPE (Manejo Integrado de Plagas y Enfermedades) que nace con el fin de solucionar problemas de todas las empresas en común respecto del Manejo Integrado de Plagas para el té, que exige la norma RAS.

Entre los principales desafíos que las empresas comenzaron a vislumbrar a raíz de los resultados de las auditorias se pueden mencionar la implementación de un manejo integrado de plagas y disponer en el mercado de más de un producto fitosanitario habilitado para el cultivo en cuestión que les permita implementar una adecuada rotación de principios activos y reducir el uso de agroquimicos. Con una acertada visiones en base al popular dicho “la unión hace la fuerza” surge el grupo MIPE que como gran primer paso firma un acuerdo de colaboración mutua con el Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) para investigar sobre el cultivo de té (Camelia sinensis) y la afectación del mismo frente a los ataques de ácaros rojos y otras plagas de menor incidencia. El INTA coloca como líder de este proyecto a la licenciada Diana Ohashi, una profesional con experiencia en desarrollo de Manejo Integrado de Plagas en otros cultivos, y cada una de las Empresa líderes de los grupos Certificados RAS disponibiliza la información de experiencia o criterios utilizados hasta el momento para el control de plagas, así uniendo conocimiento científico y experiencia práctica comienza a trabajar el grupo “MIPE” que hoy ya lleva un poco más de dos años de arduo trabajo.

En este tiempo se han instalado parcelas de ensayo en chacras certificadas de los diferentes grupos, con el objetivo de ir recolectando información para poder definir en un futuro un Manejo Integrado de Plagas para el cultivo del Té. Con los ensayos se plantea obtener datos sobre la incidencia de los diferentes manejos culturales y de la fertilización en la aparición de plagas, la incidencia de las condiciones climáticas, la identificación del Acaro Rojo su ciclo de vida, su desarrollo, sus enemigos naturales, la definición del umbral de daño económico, temas que al inicio de este gran desafío conformaban un paquete de interrogantes que parecían imposibles de resolver, y que hoy gracias al esfuerzo conjunto y a la dedicación de todas las partes que conforman este equipo de trabajo ya están comenzando a tener sus primeras respuestas. Y como otro gran avance dentro de este proyecto es la identificación de 5 productos fitosanitarios para el control de ácaros que también están siendo probados en ensayos y que se está trabajando con laboratorios químicos para que realicen los pasos formales necesarios para ampliar la habilitación nacional pertinente de los productos para el cultivo de té.

Este relato tan simple y tan sencillo resume el gran trabajo que han realizado las empresas pioneras certificadas en Misiones en conjunto con el INTA, y que hoy además han incluido a una nueva empresa certificada de té Yerbatera del Nordeste, demostrando que los objetivos comunes que parecen inalcanzables, acompañados de buena voluntad, de intenciones de crecer, de ganas mejorar y del saber compartir, pueden volverse totalmente accesibles. 

Una gran historia cuya introducción fue detonada por la Certificación de chacras bajo la Norma RAS, y cuyo desarrollo está siendo escrito por quienes entienden el concepto de sustentabilidad y se ocupan de que sea más que una simple palabra, sean acciones que contribuyan a fortalecimiento de la misión de la RAS.

Para conocer mas sobre el Té Argentino certificado, assista ao vídeo   http://www.youtube.com/watch?v=PVajF6SyjjQ

Patricia Stopp - Ingeniera Forestal. Especialista en Gestión Ambiental y Sistemas de Certificación ISO 14001, OHSAS 18001, y FSC. Trabaja para Imaflora como auditora de la Norma de Agricultura Sustentable.

Empreendedor Social Apresenta Oito Finalistas De 2012





Entre 335 inscritos, de 24 Estados e DF, foram selecionados líderes socioambientais que se destacam por ações inovadoras e sustentáveis, de impacto positivo na sociedade. Em 7/11, serão revelados os vencedores, durante cerimônia de premiação no Masp, na capital paulista.

A 8ª edição do Prêmio Empreendedor Social e a 4ª edição do Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro terão seus vencedores revelados no dia 7 de novembro (quarta-feira), às 19 horas, em cerimônia de premiação no Masp (Museu de Arte de São Paulo), na capital paulista, com transmissão ao vivo pelo UOL e pelas mídias sociais da Folha. Dentre 335 inscritos, de 24 Estados e Distrito Federal, foram selecionados 5 líderes socioambientais para o Empreendedor Social e 3 para o Empreendedor Social de Futuro, de 6 organizações. Uma das novidades de 2012 é a categoria especial “Escolha do Leitor”, na qual o internauta pode votar com base em vídeos de um minuto gravados pelos finalistas.
O Prêmio Empreendedor Social, promovido no Brasil pela Fundação Schwab, em parceria exclusiva com a Folha de S.Paulo, valoriza líderes sociais que atuam há pelo menos três anos de maneira inovadora, sustentável e com forte impacto na sociedade e em políticas públicas, em áreas como agricultura, ambiente, cultura, desenvolvimento de negócios, educação, habitação, saúde. Concorrem a esse prêmio em 2012: Almir Suruí e Ivaneide Cardozo, da Kanindé Associação de Defesa Etnoambiental, de Rondônia; Cybele Oliveira, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, da Bahia; Luís Fernando Guedes Pinto – Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), de São Paulo; e Antonio Sergio Petrilli – Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), de São Paulo (leia resumos abaixo).
O Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro, realizado exclusivamente pela Folha de S.Paulo, reconhece e promove líderes sociais que atuam há, no mínimo, um ano e, no máximo, três anos, de forma inovadora, e que precisem de mais visibilidade para atingir ou consolidar a sustentabilidade de sua iniciativa, além de multiplicar seu impacto. Os finalistas de 2012 são: Fernando Botelho, da F123, do Paraná, e Mariana Madureira e Marianne Costa, ambas da Raízes Artesanato - Raízes Desenvolvimento Sustentável, de Minas Gerais (leia resumos abaixo).
“Os investimentos recentes que a Folha aportou no Empreendedor Social o lançamento do Prêmio Empreendedor Social de Futuro, em 2009, a criação da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, em 2011, a estruturação de uma editoria focada neste tema e, a partir deste ano, a introdução da categoria ‘Escolha do Leitor’ denotam o compromisso do jornal com a inovação social no Brasil, explica Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S.Paulo. “Os resultados vieram com força em 2012: crescimento de 23% do número de inscritos em relação ao ano passado e a maior competitividade da história do concurso, em termos qualitativos”, avalia Dávila. De acordo com Abigail Noble, diretora para América Latina e África da Fundação Schwab, o calibre dos candidatos brasileiros continua a impressionar a entidade suíça. “Esses empreendedores sociais são exemplos de como um indivíduo ou grupo de indivíduos podem mudar o mundo. Esperamos que também inspirem outros jovens”, afirma.
Cerimônia de premiação
A partir das 19 horas, com um coquetel, começará a festividade de premiação no Masp. No local haverá exposição com fotografias dos projetos, assinada por Bruno Miranda e Renato Stockler. Além dos finalistas desta edição e das anteriores, estarão presentes representantes dos setores público e empresarial, acadêmicos e integrantes do terceiro setor.
Na sequência, haverá a abertura com a apresentação musical da Orquestra Jovem Heliópolis, projeto social do Instituto Baccarelli. A cerimônia passará então a ser conduzida por Cláudia Cotes, David Hertz e Fábio Bibancos, que integram a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Antes do anúncio dos vencedores deste ano, a plateia assistirá a documentários sobre cada um deles. Finalmente, os troféus serão entregues aos vencedores de 2012 pelos ganhadores da edição 2011, a psicóloga Gisela Solymos, do Cren (Centro de Recuperação e Educação Nutricional), e Henrique Cardoso Saraiva e Phelipe Nobre, da Adaptsurf (Associação Adaptação e Surf).
Seleção rigorosa
A comissão julgadora de 2012 é formada por: Abigail Noble, economista, diretora para América Latina e África da Fundação Schwab; Armindo dos Santos de Sousa Teodósio, doutor em administração de empresas, professor da PUC-MG e especialista em gestão socioambiental; Daniela Mercury, cantora e compositora, embaixadora do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Instituto Ayrton Senna e presidente do Instituto Sol da Liberdade; Jayme Brasil Garfinkel, engenheiro civil, presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro; Maria Cristina Frias, jornalista, com MBA em finanças, colunista da Folha; Roberto Kikawa, médico, empreendedor social 2010; Sheila Villas Boas Pimentel, psicóloga, presidente do Instituto Humanitare, que aproxima a sociedade civil aos temas propostos pela ONU (Organização das Nações Unidas); e Weder de Oliveira, advogado e engenheiro civil, ministro-substituto do TCU (Tribunal de Contas da União).
Antes da submissão ao júri, uma equipe da Folha passou 32 dias nas regiões de atuação dos empreendedores sociais finalistas, sabatinando não só o líder como sua família, sua equipe de trabalho e seus parceiros, patrocinadores e beneficiários. Foram mais de 200 entrevistas. Com esse material, foram elaborados para o júri um vídeo e um relatório de 212 páginas, analisando os candidatos pelos critérios dos concursos: inovação, sustentabilidade, impacto social, influência em políticas públicas, perfil, alcance/abrangência e efeito multiplicador.
R$ 350 mil em benefícios
Além de terem seus perfis publicados em caderno especial que circula nacionalmente na Folha de 8 de novembro e na Folha.com, finalistas e vencedores receberão mais de R$ 350 mil em benefícios, entre eles auditoria financeira, assessoria jurídica e bolsas de estudo no Brasil e no exterior, para cursos, congressos, seminários e MBAs. O ganhador do Prêmio Empreendedor Social também participará do Fórum Econômico Mundial para a América Latina em 2013 e da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e comporá a Rede de Empreendedores Sociais de Destaque da Fundação Schwab. Já o vencedor do Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro, igualmente ao ganhador do Empreendedor Social, integrará a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.
Parceiros
Os prêmios sociais têm como parceiros: master Blue Tree, Ernst&Young Terco e TAM. O apoio estratégico é de Artemísia, Ceats/Fia, Escas/Ipê, IE Business School e ponteAponte. No apoio institucional estão: ABCR, Agora SP, Ashoka, Avina, Diálogo Social, Gife, Golfieri Reicher Storto, Iats, Instituto Gesc, UOL e Valor Econômico. A divulgação é de CEBDS, Dell, Endeavor, Envolverde, FGV/GVCenn, Filantropia, Neurônio, P&B Comunicação e sitawi.

FINALISTAS DO PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL 2012 – Iniciativa da Fundação Schwab e da Folha
Almir Suruí, 38, líder indígena, e Ivaneide Cardozo, 54, da Kanindé Associação de Defesa Etnoambiental, de Rondônia - buscam o fortalecimento dos direitos dos povos indígenas, atuando no desenvolvimento sustentável da Amazônia. Site: www.kaninde.org.br
Cybele Oliveira, 45, pedagoga, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, da Bahia – trabalha em prol da erradicação do analfabetismo, promovendo a formação de leitores e escritores autônomos no ensino fundamental. Site: www.institutochapada.org.br
Luís Fernando Guedes Pinto, 41, engenheiro agrônomo, da Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), de São Paulo – lidera iniciativa que potencializa a conservação de recursos naturais por meio de certificações socioambientais e apoio a projetos de comunidades rurais e povos da floresta. Site: www.imaflora.org
Antonio Sergio Petrilli, 66, médico, do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), de São Paulo – está à frente desta organização que oferece tratamento de alta qualidade a crianças e adolescentes com câncer e sem recursos financeiros. Site: www.graacc.org.br

FINALISTAS DO PRÊMIO FOLHA EMPREENDEDOR SOCIAL DE FUTURO 2012 – Iniciativa da Folha
Fernando Botelho, 42, sociólogo, da F123, do Paraná – criou um software livre de baixo custo que possibilita a integração de pessoas cegas e com baixa visão à sociedade e ao mercado de trabalho. Site: www.f123.org
Mariana Madureira, 30, e Marianne Costa, 29, turismólogas, da Raízes Artesanato - Raízes Desenvolvimento Sustentável, de Minas Gerais – idealizaram este negócio social que, por meio de turismo de base comunitária e artesanato, promove geração de renda e desenvolvimento local. Site: www.raizes.tur.br

Vencedores do Prêmio Empreendedor Social
2011: Gisela Maria Bernardes Solymos, CREN (Centro de Recuperação e Educação Nutricional) - São Paulo (SP)
2010: Roberto Kikawa, Projeto Cies (Centro de Integração de Educação e Saúde) – São Paulo (SP)
2009: Claudio e Suzana Padua, Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas) – Nazaré Paulista (SP)
2008: André Albuquerque, Terra Nova - Curitiba (PR)
2007: Tião Rocha, CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento) - Belo Horizonte (MG)
2006: Fábio Bibancos, Turma do Bem - São Paulo (SP)
2005: Eugenio Scannavino Netto, Projeto Saúde & Alegria - Santarém (PA)

Vencedores do Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro
2011: Henrique Cardoso Saraiva, Luana Nobre e Phelipe Nobre, Adaptsurf (Associação Adaptação e Surf) - Rio de Janeiro (RJ)
2010: Wagner Gomes, Adel (Agência de Desenvolvimento Econômico Local) – Pentecoste (CE)
2009: David Hertz, Gastromotiva – São Paulo (SP)

Fonte:

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P&B Comunicação
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Café da Mogiana é o grande vencedor da V Prova Imaflora de Cafés Certificados





O objetivo é promover o café com o selo Rainforest Alliance Certifed, no único evento nacional que reúne qualidade e sustentabilidade
 



  
Os vencedores da 5ª Prova de Café Certificado, promovida pelo Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola com o apoio da Expocaccer Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado, ocorrida na Universidade Federal de Lavras, são os seguintes:

1º ) O'Coffee – Brazilian Estates - Fazenda Nossa Senhora Aparecida ( café natural) – região Mogiana, nota 86,83.

2º) Afrânio José Ferreira Paiva  - Fazenda Recanto ( café natural)-  Sul de Minas Gerais, nota 84,92.

3º) O'Coffee – Brazilian Estates-  Fazenda Nossa Senhora Aparecida ( cereja descascado) – região Mogiana, nota 84,58.

4º) AC Agromercantil Ltda - Fazenda Santa Rosalia (café natural) –  cerrado mineiro, nota 83,54.

5º)  Afrânio José Ferreira Paiva - Fazenda Recanto ( cereja descascado) -  Sul de Minas Gerais, nota 83,46.

)Grupo Rainforest Alliance Coocacer - Maurício Zubioli - Fazenda Castelhana.Marrecos ( café natural) – cerrado mineiro, nota 83,42.

7º) Grupo Mogyana de Certificação RAS- Joaquim Geraldo Ribeiro do Valle - Fazenda Novo Horizonte ( café natural) Sul de Minas Gerais, nota 83,33.

8º) Grupo Mogyana de Certificação RAS- João Paulo Muniz - Fazenda Nossa Senhora Aparecida ( cereja descascado) - Sul de Minais Gerais, nota 82,83.

9º) Francisco Sergio de Assis  - Fazenda Água Limpa I (café natural)- cerrado mineiro, nota 82,79.

10º) Comercial Mineira S/A -  Fazenda São Lourenço (cereja descascado) - cerrado mineiro,  nota 82,71.

Esses produtores vão representar o Brasil na etapa internacional promovida pela Rainforest Alliance, que será realizada durante a Conferência Anual da Associação Norte Americana de Cafés Especiais, em Boston, Estados Unidos, em abril de 2013.

Processo - Foram inscritas 50 amostras de café de produtores que possuem a certificação da Rede de Agricultura Sustentável. Os grãos verdes foram enviados para a Universidade Federal de Lavras, sob supervisão do professor Dr. Flávio Meira Borem, para que fossem recodificados, de maneira a não serem identificados. Depois de torrados e moídos, sempre sob as mesmas condições, foram analisados por juízes credenciados pela Specialty Coffee Association of America (SCAA) que fizeram a análise sensorial do produto com base em dez atributos: aroma, uniformidade do lote, ausência de defeitos de bebida, doçura intrínseca do grão, sabor, acidez, corpo, harmonia (equilíbrio entre sabor, acidez e corpo), finalização e avaliação global.

Certificação - A certificação socioambiental é concedida após um rigoroso trabalho de auditoria. É identificada pelo selo Rainforest Alliance Certified que assegura a origem do café, sua rastreabilidade da fazenda até a xícara e que para produzi-lo, o empreendedor obedeceu a normas que propiciam a conservação do meio ambiente e da biodiversidade e que fornecem condições dignas de trabalho, saúde e segurança a mão de obra empregada.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vencedores da Quinta Prova de Cafés Certificados serão conhecidos amanhã

O selo Rainforest Alliance Certified  garante a origem do grão,  e que para produzi-lo foram observadas normas que conservam o meio ambiente e respeitam o trabalhador

Amanhã, o Imaflora fará o anúncio das fazendas vencedoras da Quinta Prova de Cafés Certificados. O resultado estará disponível no endereço www.imaflora.org, a partir das 10horas.
 
A prova foi promovida pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora – com apoio da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado – Expocaccer – entre os dias 15 e 20 de outubro, na Universidade Federal de Lavras.

O objetivo é promover o conceito da certificação socioambiental, a partir dos princípios acordados internacionalmente pela Rede de Agricultura Sustentável e que podem ser identificadas através do selo Rainforest Alliance Certified. O selo, concedido pelo Imaflora, após um rigoroso trabalho de auditoria, garante a origem do café, sua rastreabilidade da fazenda até a xícara e assegura que para produzi-lo, o empreendedor obedeceu a normas que propiciam a conservação do meio ambiente e da biodiversidade e que ainda asseguram boas condições de trabalho, saúde e segurança a mão de obra empregada.

Os finalistas participarão da etapa internacional, que ocorrerá na Califórnia, Estados Unidos, durante a Conferência Anual da Associação Americana de Cafés Especiais.

Na quarta edição do torneio, realizada em 2011, o vencedor conseguiu vender seu café pelo dobro do valor de mercado.

Processos da etapa nacional

Foram inscritas mais de 50 amostras de café de produtores que possuem a certificação da Rede de Agricultura Sustentável. Os grãos verdes foram enviados ao professor prof. Flávio Meira Borem, coordenador do evento, para recodificação do produto de maneira a não serem identificados. Os grãos recodificados, depois de torrados e moídos, todos sob as mesmas condições, foram provados por juízes credenciados pela Specialty Coffee Association of America (SCAA) e classificados com base em dez atributos: aroma, uniformidade do lote, ausência de defeitos de bebida, doçura intrínseca do grão, sabor, acidez, corpo, harmonia (equilíbrio entre sabor, acidez e corpo), finalização e avaliação global.

Os 10 primeiros colocados concorrerão na etapa internacional que será realizada durante a Conferência Anual da Associação Norte Americana de Cafés Especiais, na Califórnia, em abril de 2013.
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Estamos na final do prêmio Empreendedor Social, promovido pela Folha de São Paulo e Fundação Schwab



A sua participação na Escolha do Leitor fortalece o trabalho do Imaflora em defesa da conservação, do uso sustentável dos recursos naturais e da geração de benefícios sociais e os empreendedores sociais do Brasil.  


É com muita alegria que partilhamos com nossos parceiros a informação de que o Luis Fernando Guedes Pinto, gerente de certificação agrícola do Imaflora e que já respondeu pela secretaria-executiva do Instituto, está entre os finalistas do 8º prêmio Empreendedor Social, promovido pela Fundação Schwab, que, entre outras atividades realiza o Fórum Econômico Mundial, e é representada no Brasil pelo jornal Folha de São Paulo. Simultaneamente ocorrerá também o 4º Prêmio Folha Empreendedor Social do Futuro. 

Para essa edição, foram 335 inscritos, dos quais 26 selecionados e apenas oito finalistas.  

O prêmio é destinado a identificar e estimular lideranças que atuem com  inovação no empreendedorismo social. Os vencedores serão conhecidos em uma cerimônia no dia 7 de novembro, eleitos por um júri que contou com representantes das áreas acadêmica, empresarial, governamental, artística e da sociedade civil. 

Voto do leitor - Como diferencial dessa edição, o jornal Folha de São Paulo criou uma nova categoria na qual, até o dia 5 de novembro, o leitor ou internauta poderá escolher seu candidato favorito pelo voto direto, no http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/ Nesse endereço, há um filme de um minuto com o perfil de cada empreendedor. 

Por isso, convidamos todos a acessarem a página da premiação e conhecerem mais de perto o trabalho desenvolvido por Luis Fernando Guedes Pinto e pelo Imaflora com a intenção de fortalecer a ação do Instituto em defesa da conservação e uso sustentável dos recursos naturais, aliado a políticas públicas e de geração de renda, que promovam benefícios sociais nos setores florestal e agropecuário. Conheçam também o trabalho desenvolvido pelos demais empreendedores sociais finalistas e participem com o seu voto para o que mais se identificarem. 

Acreditamos que a ampla participação do público, além de contribuir para a difusão de práticas que têm feito diferença pelo Brasil afora, legitimam a eleição final e possibilitam o saudável exercício da livre escolha, precedida pela reflexão e troca de idéias. 
  
Sobre a Fundação Schwab:

É uma organização sem fins lucrativos, com sede em Genebra, Suíça, que identifica e promove a troca de conhecimentos entre empreendedores sociais inovadores, incluindo-os na rede de líderes globais do Fórum Econômico Mundial. A Organização atua em âmbito internacional e o concurso é realizado também na África, na América Latina, na Ásia, no Oriente Médio e na Europa.

Sobre o Prêmio Empreendedor Social: 

Identifica líderes que atuem há pelo menos 3 anos em iniciativas sustentáveis, que produzam impacto social direto, com potencial de influenciar políticas públicas. Os candidatos podem desenvolver ações em diversas áreas, como agricultura, meio ambiente, cultura, desenvolvimento de negócios, educação, habitação e saúde. No Brasil, é realizado desde 2005, em parceria com a Folha de São Paulo.
Sobre o Prêmio Empreendedor Social de Futuro:
É organizado exclusivamente pelo jornal Folha de São Paulo e busca talentos sociais que desenvolvam idéias inovadoras , há no mínimo um ano e, no máximo há três anos. O objetivo é dar visibilidade à iniciativa e colaborar com sua sustentação.
Sobre Luis Fernando Guedes Pinto:
Luís Fernando Guedes Pinto é engenheiro agrônomo e Doutor em agronomia pela ESALQ-USP. Professor colaborador do mestrado profissionalizante da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade e foi pesquisador associado do Oxford Centre of Tropical Forests, da Universidade de Oxford. É gerente de Certificação Agrícola do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). Colabora com o IMAFLORA desde 1996, um ano após a fundação da organização. Liderou a criação da área de agricultura do Instituto e fez parte da Secretaria Executiva por 8 anos.
Sobre o Imaflora:
O Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em 1995. Nasceu sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica e entende que a certificação socioambiental responde a parte desse desafio.
O Imaflora também busca influenciar as cadeias produtivas das mercadorias de origens florestais ou agrícolas; colaborar para a elaboração e implementação e de políticas de interesse público e criar modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em outras regiões do País.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cresce certificação socioambiental na cadeia da carne

A Fazenda Água Sadia, localizada em Barra do Bugres, no Mato Grosso, acaba de conquistar a certificação socioambiental da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), para a pecuária. Com isso, o empreendimento ganha o direito de identificar seus produtos com o selo Rainforest Alliance Certified, que atesta boas práticas no campo.

O empreendimento foi certificado pelo Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – que destaca o fato da propriedade trabalhar em um modelo bastante comum para a atividade pecuária, o arredamento do pasto. “A impossibilidade de separar inteiramente responsabilidades das duas partes, arrendatário e arrendante, nos levou a auditar o empreendimento inteiro, o que gerou um ganho social e ambiental muito maior” explica a engenheira-agrônoma Daniella Macedo.

Além de um número maior de trabalhadores beneficiados (ver abaixo), o empreendimento, que possui cerca de 8 mil hectares, dos quais quase 3 mil são áreas de conservação, eleva em 26% a área total da pecuária com certificação da Rede de Agricultura Sustentável, no Brasil, além de representar um aumento de 16% no número de animais cuja rastreabilidade pode ser comprovada, do nascimento ao abate.

O contrato da Fazenda Água Sadia é com a Fazenda São Marcelo Ltda., do Grupo JD, primeira fazenda certificada pela Rede de Agricultura Sustentável no mundo, ocorrida em abril desse ano. A certificação da São Marcelo estimulou a a mesma conduta por parte da unidade de Tangará da Serra, no Mato Grosso , do frigorífico Marfrig. No mesmo semestre, o Grupo Carrefour assinou um compromisso público de comercialização dessa carne.

Explicando o processo:

Para ser certificada, uma fazenda ou empreendimento, é submetida a uma rigorosa auditoria, baseada no cumprimento de requisitos sociais e ambientais, acordados no âmbito da RAS e que pressupõe a adesão do produtor a alguns artigos da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), além do respeito à legislação trabalhista brasileira. Entre esses pontos, estão:
  • A comprovação de que na fazenda não há desmatamento, nem destruição de ecossistemas de alto valor de conservação desde 2005;
  • A identificação individual do animal (com chip ou brinco), de maneira a permitir sua rastreabilidade do nascimento ao abate.
  • A permanência do animal na propriedade certificada por, pelo menos, seis meses.  O empreendimento deve comprovar vacinas e boa saúde do animal;
  • A adoção de medidas para reduzir a emissão de gás metano (como a presença de árvores no pasto para capturar CO2 e medidas que facilitem a digestibilidade de alimentos para reduzir emissões
  • Comprovação de que não há trabalho infantil;
  • Comprovação de que não há trabalho forçado;
  • Comprovação de que não há discriminação de qualquer tipo;
  • A indústria (frigorífico, curtume e demais etapas da cadeia produtiva) também é submetida à auditoria pelo Imaflora e deve comprovar que o produto embalado e que será enviado aos fornecedores é aquele que foi avaliado em seu local de origem, além de ter cumprimento de critério na área social e ambiental.


Fonte: Amazônia.org

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Melhoria contínua não pode parar

Por Alessandro Rodrigues e Luis Fernando Guedes Pinto

O título é óbvio e redundante, mas na prática, não é bem assim. Sistemas de gestão permanentes deveriam ser rotina de quaisquer empreendimentos que pretendem garantir um desempenho e qualidade, seja na produção, na conservação ambiental ou no que se refere ao componente social.

Os programas de certificação socioambiental costumam exigir um sistema de gestão socioambiental de empreendimentos certificados. Uma forma de conferir se esses sistemas realmente fazem parte do dia-a-dia de uma empresa ou fazenda certificadas é a realização de auditorias surpresa, além das rotineiras. Esta prática é obrigatória no programa da Rede de Agricultura Sustentável (RAS) / Rainforest Alliance Certified.

O Imaflora é certificador deste programa e suas auditorias não programadas ocorrem em pelo menos 3% dos empreendimentos certificados uma vez ao ano, desde 2009. Os empreendimentos a serem auditados são definidos pelos coordenadores de certificação, após uma análise de risco baseada no histórico e no desempenho das fazendas nos últimos anos e reclamações/denúncias das partes interessadas e auditores, se for o caso.
Os empreendimentos definidos para serem auditados são avisados da visita com no máximo dois dias de antecedência. Desde 2009, temos priorizado verificar os aspectos sociais da norma da RAS em fazendas em que não foi possível realizar as auditorias anteriores no período da safra. Nessa época, as fazendas recebem um grande número de trabalhadores temporários e é muito importante garantir que a norma garanta a eles os mesmos direitos e condições de trabalho, moradia e segurança dos trabalhadores permanentes.

Neste ano, as auditorias não programadas ocorreram entre 17 e 21 de setembro, em quatro fazendas da região do Cerrado mineiro, sendo uma pertencente a um grupo de fazendas certificadas conjuntamente. Uma das fazendas selecionadas resistiu fortemente a receber a equipe de auditores. Todavia, de acordo com a política de certificação de fazendas da RAS, a recusa pode levar ao cancelamento da certificação. Foi necessária uma longa negociação para confirmar a atividade no campo.

Outro resultado desagradável foi o cancelamento da certificação de uma fazenda, devido ao não cumprimento de um critério crítico relacionado à falta de documentos de contratação de jovens entre 16 e 18 anos. Outras duas fazendas diminuíram seu nível de cumprimento, devido ao aparecimento de novas não conformidades. Porém, uma das fazendas conseguiu aumentar seu nível de cumprimento em relação à sua auditoria anterior.

O resultado deste processo é positivo e evidenciou a diferença de comportamento e resultado quando há (ou não) comprometimento e incorporação da certificação como ferramenta de gestão e melhoria contínua. Voltando ao início, o desafio da certificação começa quando o empreendimento a conquista. Achar que passar no vestibular é garantir o diploma de formatura é um grande engano. E, para quem lida com sustentabilidade, não acaba nunca.


Alessandro Rodrigues é engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e coordenador de Certificação do Imaflora; Luís Fernando Guedes Pinto é engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e gerente de Certificação do Imaflora.

Fonte: Sustentabilidade Terra

O Imaflora e a certificação de plantações florestais.


O Imaflora vem a público esclarecer sobre suas atividades de certificação de plantações florestais, em atenção à carta pública veiculada recentemente pela WRM (World Rainforest Movement) e assinada por outras organizações do movimento social.

O Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) é uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha para promover mudanças nos setores florestal e agrícola, visando a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e a geração de benefícios sociais. Valorizamos a transparência, a honestidade e a coerência em nossas ações, e respeitamos as diversidades social, cultural, ambiental e econômica, valorizando e respeitando suas complexidades. Acreditamos que o manejo florestal e a produção agropecuária responsáveis contribuem para a conservação de recursos naturais e para o desenvolvimento socioeconômico e utilizamos a certificação independente, voluntária e não-discriminatória como uma ferramenta para causar as mudanças que queremos promover nos setores florestal e agrícola.

Acreditamos que o FSC é uma boa ferramenta para promover a gestão responsável das florestas do mundo. Em representação à ONG Rainforest Alliance, atuamos como certificador do sistema no Brasil desde 1997 e somos membros do FSC desde a sua fundação, em 1993. Acreditamos que este sistema de certificação possui uma estrutura de governança multissetorial que permite a participação e o acesso à tomada de decisões de todos os grupos da sociedade, afetados ou interessados pelo setor florestal. O sistema de certificação florestal FSC possui mecanismos de transparência e participação pública, além de um conjunto de critérios técnicos, que permitem avaliar o desempenho socioambiental de empresas candidatas à certificação.

O Imaflora não compartilha do posicionamento que sugere que o FSC não deve seguir certificando monoculturas florestais de grande escala. Pelo contrário, acreditamos que a certificação FSC de empresas neste setor tem um potencial transformador, especialmente em relação à garantia de direitos e boas condições trabalhistas, boas relações comunitárias e respeito a direitos tradicionais, e a adoção de práticas de produção florestal que reduzem os impactos sobre a fauna, a flora e os recursos hídricos e protegem atributos de alto valor de conservação. Em parceria com a Universidade de São Paulo, conduzimos um estudo para avaliar os impactos da certificação FSC em plantações florestais e estamos comprometidos em seguir monitorando tais impactos. Além disso, acreditamos que o processo contínuo de certificação, que inclui monitoramentos periódicos, mecanismo permanente de consulta pública e relatórios públicos anuais, aumenta a transparência e o controle social sobre o desempenho socioambiental das empresas certificadas.

O FSC possui normas e políticas de certificação que podem ser aplicadas em qualquer operação de manejo florestal no mundo, inclusive nas empresas brasileiras que atuam com monocultura de eucalipto para produção de papel e celulose. Ainda que, como membro, o Imaflora participe da formulação destas normas e políticas, não é responsável por elas e não tem autonomia para alterá-las conforme a sua aplicação em determinada situação. Quando atua como certificador no Brasil, em representação à Rainforest Alliance, o Imaflora é responsável por avaliar, de forma objetiva e tecnicamente consistente, o cumprimento destas normas e políticas. Empresas que demonstram cumprimento em relação a elas são recomendadas pelo Imaflora a receberem a certificação florestal FSC, e assim, podem utilizar o selo FSC em seus produtos.

O Imaflora também reconhece os limites do sistema FSC. A certificação florestal FSC promove boa gestão florestal conforme definido pelas normas e políticas de certificação, mas não é suficiente para resolver todos os problemas socioambientais de uma empresa ou da região onde a empresa opera. Atores locais ou partes interessadas não devem ter a expectativa de que uma empresa certificada FSC não tem – ou nunca teve – problemas socioambientais.

A certificação FSC e as empresas florestais certificadas não substituem o papel de governos locais e estaduais na regulação das atividades privadas ou na promoção de desenvolvimento socioeconômico. O papel do Governo é fundamental, especialmente em regiões de carência social, e a certificação FSC não se propõe a avaliar ou influenciar a atuação do Governo em regiões onde há empresas certificadas. Ainda assim, a aplicação do sistema FSC não deve se limitar a regiões onde há atuação efetiva do Estado, pois isso seria discriminatório e levaria o FSC a atuar predominantemente em países desenvolvidos. O papel da sociedade civil organizada, no relacionamento diário com empresas privadas e governos locais, também é fundamental para que se alcance desenvolvimento sócio-econômico nestas regiões.

O processo de avaliação para certificação avalia o presente status de cumprimento de todos os Princípios, Critérios e Indicadores e das políticas do FSC, assim como as perspectivas futuras de manutenção do desempenho socioambiental da empresa e a viabilidade em longo prazo da atividade florestal. Problemas anteriores ao momento da avaliação, assim como o histórico da empresa na região, são importantes elementos considerados pelo Imaflora durante as avaliações, mas que só impedem a certificação se houver evidências de que tais problemas representam, no momento da avaliação, não conformidades em relação às normas e políticas do FSC. Esta é uma premissa importante para permitir e estimular que empresas melhorem o seu desempenho ao longo do tempo e possam alcançar a certificação FSC uma vez que os P&C estejam cumpridos. Em relação a isso, a única exceção prevista no sistema FSC é a data de corte de 1994 para conversão de áreas florestais. Áreas convertidas sob responsabilidade da empresa em processo de avaliação após esta data não podem ser certificadas pelo FSC.

Outros temas específicos mencionados na carta aberta da WRM, especificamente problemas relacionados à: i) crise hídrica causada pelas plantações de Eucalipto; ii) problemas trabalhistas; iii) direitos territoriais; iv) cumprimento de legislação ambiental e licenciamentos; e v) relações comunitárias; fazem parte da avaliação que está sendo conduzida pelo Imaflora nas empresas Fibria, Veracel e fomentados da Veracel e foram devidamente avaliados pela equipe auditora. As conclusões do Imaflora em relação a estes temas serão apresentadas nos relatórios públicos de cada um destes processos, uma vez que estejam finalizados. Os mesmos ficam disponíveis no site do FSC e podem ser acessados também pelo site do Imaflora.

Por fim, gostaríamos de expressar nosso respeito pelas organizações que assinam a carta e por seus posicionamentos contrários à certificação FSC de grandes plantações florestais. Respeitamos também o fato de que estas organizações não compartilham de nossas premissas institucionais e, portanto, decidem não participar do diálogo com o Imaflora nos processos de consulta pública para avaliação e monitoramento de certificação florestal FSC. Ainda assim, nos mantemos constantemente interessados em dialogar com qualquer organização que queira expressar suas preocupações sobre processos de certificação conduzidos pelo Imaflora. Acreditamos que apenas através do diálogo poderemos construir soluções para os problemas que impedem o desenvolvimento sustentável.

Todos os comentários são relevantes e temas específicos – e que fizerem parte do escopo das normas e políticas do FSC – sobre o desempenho das empresas sob avaliação do Imaflora serão devidamente avaliados em campo e respondidos nos relatórios públicos de certificação.

Comentários adicionais em relação a esta carta devem ser encaminhados para Leonardo Sobral, gerente de certificação florestal do Imaflora (leonardo@imaflora.org). Críticas e denuncias sobre empresas certificadas, ou em processo de certificação, devem ser encaminhadas para qualidade@imaflora.org, ou através do processo de reclamações da Rainforest Alliance (http://www.rainforest-alliance.org/forestry/certification/transparency/dispute-resolution).

Para acessar a carta em PDF acesse:
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